A filosofia zen é
plena de histórias, enigmas, parábolas e paradoxos que pretendem “enredar” ou
arejar a mente racional, liberando o aluno para novas formas de pensamento.
Uma dessas
histórias fala de dois monges que, olhando para uma bandeira sacudida pelo
vento, discutiam entre si. Um deles diz: “A bandeira está se mexendo.” O outro
responde: “Não, é o vento que está se mexendo.” Um mestre que passava
censura-os, dizendo: “São as suas mentes que se mexem”. Mesmo esta, afirmam os
professores, não é a última palavra.
Os alunos nas fases
mais avançadas recebem às vezes do professor um Koan sobre o qual devem meditar. Trata-se de enigmas que não podem
ser compreendidos nem resolvidos pela razão. Dois exemplos disso são: “Qual é o
som de um bater de palmas com uma só mão?” e “Mostre-me o teu rosto original
antes de teres nascido”.
O efeito é
confrontar o intelecto com uma barreira que nenhum tipo de pensamento lógico
pode penetrar. Em vez disso, a introspecção pode resultar em reação nascida do
momento imediato – um sorriso, um grito, a visão de gotas de chuva a escorrer
por uma vidraça, por exemplo. A resposta será “desfazer” a pergunta. O problema
reside no fato de ser chamado de problema.
A filosofia Zen
ensina que a cada momento de introspecção o efeito estrangulador do eu pessoal
sobre o modo de pensar do indivíduo é afrouxado, permitindo então o
desenvolvimento de uma compreensão nova e mais profunda. Com essa compreensão,
surge uma capacidade de viver em harmonia com o presente – sejam quais forem as
circunstâncias – e um sentimento de “percorrer com leveza”, sem ligações
fortes, o mundo cotidiano.
Dicionário de
medicina natural, Reader´s Digest/Livros, Rio de Janeiro, 1997
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